Rogéria morreu nesta segunda, aos 74 anos.
Amigos e familiares reunidos no velório, no teatro João Caetano.

A morte da cantora e atriz Rogéria deixou o showbiz no Brasil em silencio. Rogéria morreu nesta segunda, aos 74 anos no Rio, deixando um legado de admiradores. Ela, simplesmente Rogéria, sem necessidade de explicações, foi divertida, polêmica, mas admirada. 

Rogéria cantou em Paris, foi polêmica quando revelou ser travesti, numa época em que o preconceito era arraigado, mas conseguiu se impor, e o país aprendeu amar Rogéria.

O seu corpo está sendo velado no Teatro João Caetano, no Centro do Rio, e conta com a presença de amigos, admiradores e familiares. Jane di Castro, cantora e amiga da artista, fez questão de ser uma das primeiras a chegar ao velório.

Bem-humorada, era querida pelos colegas de palco e televisão.
"Conheço a Rogéria desde os 16 anos de idade. Ela sonhava em ser artista. Convivemos na vida e no palco. Foram 50 anos de palco, trabalhando juntas, entre tapas e beijos, como irmãs. Uma pessoa maravilhosa que vai nos deixar muita saudade". 

"Um pouco da nossa história foi embora", destacou Jane, muito emocionada, que fez questão de ressaltar a dignidade da amiga. Alexandre Haddad, amigo e empresário, contou que a saúde de Rogéria foi piorando progressivamente.

Ultima aparição de Rogéria no Programa da Fátima Bernardes, na Globo.
"Os últimos dois meses foram muito difíceis. A saúde da Rogéria piorou demais e ela começou a sofrer, o que não era natural, uma vez que sempre foi uma pessoa muito feliz. Agora ela pode descansar", contou Haddad.

O enterro será nesta quarta-feira, na cidade de Cantagalo, na Região Serrana do Rio de Janeiro, onde ela nasceu. Entre os amigos que foram se despedir de Rogéria, a atriz Leandra Leal, que dirigiu o documentário “Divinas Divas”, abordando o trabalho de oito artistas travestis, entre elas Rogéria e Jane Di Castro.

Atriz Leandra Leal (no centro) com Rogéria e amigas do documentário
"Eu tenho memórias dela muito fortes, de quando eu era criança, ela sempre me falava coisas bonitas, engraçadas e estimulantes. A Rogéria era uma pessoa muito para cima, muito positiva. Era sonhadora, mas de uma forma muito realista. Ela fazia do sonho uma meta e alcançava", destacou Leal.

Rogéria morreu na noite desta segunda-feira, vítima de choque séptico. O corpo foi liberado do Hospital Unimed-Rio, onde ela estava internada, no fim da madrugada. De acordo com a unidade hospitalar, ela estava internada desde oito de agosto devido a um quadro de infecção urinária.


Walther Alvarenga

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