Comerciantes temem fechamento da Feira da Madrugada |
O quadro é preocupante e a noite é de expectativa e de alerta para os lojistas e demais trabalhadores da Feira da Madrugada, no Pátio do Pari, em São Paulo, o maior circuito de compras do Estado. A reintegração de posse decretada pela Justiça para domingo, dia 25 de fevereiro, tem tirado a paz de comerciantes, que se mostram revoltados, afinal, desde 2005 todos estão no local, defendendo o seu pão de cada dia.
E o que se teme é que haja confronto – pancadaria –, e que o enfrentamento entre policiais e comerciantes possa gerar ferimentos, colocando em risco a vida de inocentes. A Feira da Madrugada que recebe diariamente compradores de várias partes do Brasil, cerca de 30 mil pessoas, em busca de bons produtos – roupas, eletrônicos, brinquedos, etc –, pode estar com seus dias contados.
Famílias dependem da Feira para o sustento dos filhos |
Grupos de orações estão reunidos, clamando para que haja consenso por parte das autoridades de São Paulo, inclusive do Prefeito João Doria, evitando uma catástrofe moral e física, o que irá comprometer a imagem do Brasil no exterior, perante a opinião pública. Os religiosos estão atentos.
Comerciantes e policiais hoje a tarde |
Consenso com a polícia. Em contrapartida, é importante enfatizar que os policiais convocados para a ação de despejo são pais, chefes de famílias, e que cumprem ordens. E quando se fala de apaziguamento, diante de situação conflitante, é para que comerciante e polícia não sejam lesados. Que ninguém se machuque e que a Feira da Madrugada não se transforme em campo de guerra, o que seria um caos social.
Cada segundo representa uma eternidade diante do clima de incerteza e de medo, afinal, o que está por vir – caso não encontre solução pacífica e coerente –, pode originar violência, e ninguém quer isso. O que todos almejam de fato é trabalhar em paz, sem pressão ou provocações.
A Feira da Madrugada é um patrimônio conquistado pelos quatro mil lojistas, portanto, é preciso repensar a causa, sem entreguismos ou imposição de terceiros, pois o direito do cidadão trabalhador é soberano.
Portanto, não ao espancamento, não ao tiro ou quaisquer atos de inveracidade que possam incitar a tragédia. Em tempos de corrupção no Brasil, de gestos nanicos por parte dos governantes, dar a volta por cima, reconsiderar é um passo fundamental, acertado, para recolocar a dignidade nos trilhos.
Walther Alvarenga
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