Miguel Díaz-Canel toma posse ao lado de Raúl Castro
Fã dos Beatles, chamado “Richard Gere cubano”, Miguel toma posse em Cuba.

Uma nova era reina em Cuba - e isso é quase uma revolução, porque os irmãos Castros estiveram no poder 59 anos. A ascensão de Miguel Díaz-Canel  ao poder, o presidente da ilha, pode trazer novos ares e a população cubana está atenta à mudança.

Miguel Díaz-Canel, que é um homem pela “continuidade, é o novo presidente cubano. E um dia antes de completar 58 anos, nesta quinta-feira, aquele que é o primeiro civil a presidir o Conselho de Estado da República de Cuba, tomou posse.

Abraço da transição de poder entre Raúl e Miguel
“É um homem que vem do aparelho do Estado, a terceira geração de membros do Partido Comunista. E é uma escolha de Raúl Castro. Uma transição que vai ao encontro de todas as mudanças e sinais de abertura que têm acontecido em Cuba nos últimos tempo”, diz Filipe Romão, professor de Relações Internacionais da Universidade Autônoma de Lisboa.

Miguel Díaz-Canel é um presidente de continuidades
Miguel Díaz-Canel Díaz-Canel era o único candidato e, nesta quinta-feira, foi confirmado pelos parlamentares com 603 votos dos 604 possíveis (99,83%), informou o Cubadebate, o portal oficial cubano na Internet. Raúl Castro continua a liderar o Partido Comunista de Cuba (PCC).

“Não concebo rupturas no nosso país, acredito que antes de tudo tem de haver continuidade”, dizia Díaz-Canel no final do ano passado, já quando muitos o apontavam como o próximo presidente.

Miguel é homem de confiança de Raúl Castro
Perfil do novo presidente Cubano  - Numa pesquisa feita pela imprensa internacional há duas informações sobre Miguel Díaz-Canel que estão sempre presentes: as suas admiradoras chamam-lhe “Richard Gere cubano“, devido às semelhanças com o ator norte-americano, e o fato de ser um fã confesso dos Beatles.

Miguel Díaz-Canel, durante os anos foi primeiro-secretário do PCC em Villa Clara, onde nasceu, e apoiou a organização de concertos rock e espetáculos de transformismo.

Miguel não viveu a grande revolução de 1959, que levou à destituição do ditador Fulgêncio Baptista. Quando nasceu Fidel Castro já governava.

Filho de uma professora primária e de um operário, estudou engenheira eletrotécnica e deu aulas na Universidade. Casou-se e teve dois filhos. Divorciou-se e, tempos depois, voltou a casar.

Dentro do partido foi conquistando o seu espaço, mas só começou a liderar delegações do PCC já relativamente tarde, depois dos 30 (em Villa Clara e em Holguin). Em 2009 foi nomeado ministro da Educação Superior e, desde 2013, era vice-presidente do país.

“Foi um homem que teve responsabilidades na juventude comunista, responsabilidades municipais e que teve uma ascensão burocrática”, explica Filipe Romão.“Há uma efetiva transição de geração entre Díaz-Canel e Raúl Castro, que se afirmou desde logo como alguém moderado.” 

Walther Alvarenga

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