Apocalipse coloca tecnologia e dramaticidade nas cenas |
Apocalipse mostra cenas dinâmicas e abre caminhos na
teledramaturgia
Na busca pela liderança,
em disputa acirrada com a Globo, a Rede Record de Televisão dá um passo à
frente no produto novela – o carro chefe da emissora do Plim-Plim –, e mostra
que renova e que investe pesado em suas produções, conseguindo resultados,
pode-se assim dizer, espetaculares.
No capítulo desta quarta-feira da novela
Apocalipse, quando na guerra entre os soldados do anticristo contra os servos
de Deus, o que se viu foram sequências fantásticas, dignas de cinema americano.
Quem assistiu a trama nesta quarta, ou que vem acompanhando, deparou-se com o
inusitado em teledramaturgia. Inovação através de uma tecnologia de ponta.
Atores preparados para usar armas no embate entre o bem e o mal |
Sabe-se
que uma equipe dos EUA, expert em
efeitos, é quem dá suporte à novela Apocalipse, como aconteceu na abertura do
Mar Vermelho em Os Dez Mandamentos, criando um panorama perfeito no embate
entre o bem e o mal, com ataques aéreos, invasão por terra, tiros e explosões
–soldados, helicópteros de última geração e a batalha profana, arquitetada pelo
senhor da abominação.
A produção de novelas da Globo é excelente, com atores de
primeira linha, entretanto, a Record está construindo novos percursos em suas produções
bíblicas, tendo como adendo efeitos especiais que abocanham a modernização, de
um produto que sai dos estúdios – deixando para trás o melodrama da mocinha
chorando porque foi traída pelo amado – para apostar em atores correndo pelo
deserto, se jogando em trincheiras e atirando contra o inimigo. Uma sucessão de
abrangências inventivas.
Sem se dar conta disso, a novela da Record, a partir de
Os Dez Mandamentos, coloca-se à frente no fator criatividade, com ousadia, e
proporciona show visual, também criando o seu próprio cast de atores – destaque
para o notável Sérgio Marone.
Ação e romance lembram filmes americanos |
O cenário de casas – cenografia –, roupas de atores
– figurinos –, e mesmo iluminação, na novela Apocalipse, denotam o quanto a
emissora cresceu artisticamente. Enquanto isso, a Globo insiste em utilizar
lentes especiais que deixam a imagem escura, quase que incolor em suas novelas
– meio que desfocada – lembrando filmes antigos em algumas situações. Literalmente
está tirando os brilho das cenas.
Alguém pode estar dizendo que este é um estilo
incomum que a Globo adotou, mas em novela onde grande parte das cenas são
gravadas em salas e cozinhas cenográficas – à mesa com personagens comendo –
não dá bom resultado. A vivacidade perde para o fosco.
De qualquer forma, a
Record cresce com qualidade, mostra que é tempo de atualizar – se reinventar –,
fugindo do ponto comum – o longo e insosso diálogo de personagens em tomadas
estáticas, gera os indesejáveis bocejos e cochilos para quem está em casa,
deitado no sofá.
Apocalipse, acredite, é uma injeção de ânimo. E quem fica
pendurado na Globo, sem prestar atenção no que está acontecendo em outras
emissoras – na novela Apocalipse, por exemplo – está perdendo a grande chance
de avaliar melhor as suas escolhas. Mesmo que seja um capítulo de novela.
Walther Alvarenga
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