O sonho fica muito maior que a promessa de voltar para casa

Acabou dezembro e janeiro já chegou. E agora brasileiro, o que fazer?

Para os brasileiros que residem nos EUA – me refiro aos que ainda não se legalizaram no país – os meses de dezembro e janeiro são cruciais para o veredito final: arrumar as malas e voltar para casa, junto da família, no Brasil, ou, então, permanecer um pouco mais no reduto de Donald Trump.

A construção de um caminho bem sucedido no exterior não é tarefa fácil – e nunca será evidente –, sem que haja o desapego e a certeza de que a escolha de viver fora não trará arrependimento futuro. Por que digo isso? Há os que se questionam se vale mesmo a pena trocar da família por dólares. Mas o dinheiro pesa como opção.

O fator dinheiro pesa na hora de voltar para família no Brasil
O sonho de comprar a casa para os pais, ou ter a sua própria moradia, do tamanho de cada expectativa, era o argumento dos brasileiros que nos anos oitenta bateram em retirada em número expressivo – período de 79 a 85,quando o Brasil era governado por João Figueiredo e, posteriormente, por José Sarney.

Hoje, no entanto, a realidade do brasileiro nos EUA atinge outros patamares, muito além do que comprar “uma casinha”, segundo os mais simples. São os filhos que vislumbram novos horizontes em terras americanas, enquanto que os pais mantem-se mergulhados dúvida do “eu acho que já deu!”

Esse impasse representa uma ruptura familiar. Afinal, como ir embora e deixar as “crianças” para trás? O brasileiro aprendeu uma profissão nos EUA, muitos falam o inglês, em contrapartida, não conseguem abrir mão do amor pelos filhos. Algo que as famílias americanas não cultuam de forma exacerbada: completou 18 anos, fora!

O mês de dezembro é meta estabelecida pela maioria dos brasileiros que vive no exterior com o desejo de retornar. Durante o ano inteiro prometem para a família no Brasil que, “em dezembro eu volto”. Um compromisso que nem sempre se cumpre. Ganhar um pouco mais pode fazer toda diferença.

E quando o mês de dezembro chega, é hora de colocar na balança os prós e contras. Aí surge o incomodo natural: “e agora, o que eu faço?”

E quando temos dúvidas, buscamos respostas nos amigos, mas impossível ter como parâmetro pessoas que não têm condições alguma de avaliar o que depende unicamente de nós mesmos. Às vezes o sonho torna-se maior que uma mala de roupas.

É mais conveniente – diria, mas cômodo – resolver em dezembro o que se leva o ano todo para definir. Mas não é tão simples quanto se pareça. Portanto, caro leitor do BLOG, enquanto você toma conhecimento desta fatídica hora do pesadelo brasileiro, muitos já arrumaram as malas enquanto que outros abrem as portas do guarda-roupas em dúvida: “Voltar ou ficar, eis a questão!”.

 Walther Alvarenga   

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