Trabalho intenso dos bombeiros em Brumadinho
O espetáculo midiático de horror mostra ao mundo a nossa negligência

E lá se vai uma semana de dor, cenas impactantes e famílias que choram pela morte abrupta de seus entes queridos, após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale - Região Metropolitana de Belo Horizonte-, no maior desastre ecológico do país, que, até o momento, computa 115 mortos e 248 pessoas desaparecidas – evidente que o número é maior que isso.

O tsunami de lama soterrou casas, pousadas e sítios, atingiu o rio Paraopeba - um dos afluentes do rio São Francisco -, e mostra ao resto do mundo um Brasil negligente com o meio ambiente, desprovido de proteção às famílias mais simples. Foi blindando um grupo de empresários omissos que detém o poder, e financia campanhas de políticos que se silenciam, pois são coniventes com a tragédia de alguma forma.

Quanto mais terão que morrer na barbárie desse país? E as justificativas infundadas infectam os noticiários com supostas previsões do que não pôde ser evitado devido à incompetência dos responsáveis pela segurança, caso da barragem de Brumadinho.

O espetáculo de horror, que ceifou vidas e mutilou corpos – a tritura da intransigência, digamos assim – torna-se, infelizmente, uma arena midiática onde o que importa para determinadas emissoras de televisão é retratar famílias em desespero, a chamada comoção induzida.


A lama que traduz a negligência do Brasil
E, pasme leitor do BLOG, quando algum representante da diretoria da Vale tenta justificar o injustificável, está sempre distante do batalhão de repórteres, falando o necessário, se retirando da cena da tragédia sem maiores explicações. O curioso, diria patético, é que ele – diretor - pisa em solo onde centenas de corpos estão soterrados pela lama.

Isso me remete ao passado e faz lembrar a personagem cômica que a atriz Kate Lyra interpretava na “Praça da Alegria”– com sotaque português carregado porque ela é americana -, com o bordão que ficou famoso: “Brasileiro é tão bonzinho”. 

Era um deboche à nossa inércia em aspectos importantes, principalmente na questão política. (para quem nunca soube disso veja o vídeo da Kate Lira abaixo)

E fazendo uso da frase repetida inúmeras vezes pela Kate Lyra, faço um pequeno adendo com o seguinte: ““Brasileiro é tão bonzinho, mas tão idiota às vezes!”.  

Walther Alvarenga


(Clipe da Kate Lyra falado do "Brasileiro É tão Bonzinho" debochando de nossa inércia)

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