Lucas Assumpção está internado em hospital em Bogotá, na Colômbia.
A ineficiência do Consulado empurra o problema com a barriga

A política ultrapassada  dos Consulados Brasileiros no exterior, que não ajuda  como deveria os cidadãos do Brasil nos momentos críticos – extremados -continua se arrastando lá fora, empurrando com a barriga e não responde ao necessário.

O caso do estudante intercambista Lucas Assumpção, de 27 anos, que sofreu acidente vascular cerebral (AVC) na Colômbia e está internado em hospital particular de Bogotá, acendeu o estopim para mostrar ao povo brasileiro o quanto o nosso Consulado é ineficiente.

Por que estou dizendo isso? Não há – nunca houve – uma política consular de ajuda às famílias em situações extremadas, como é o caso do Lucas, estudante de  Geografia na USP, em São Paulo, e que tinha um sonho de estudar fora do país.

É um direito do Lucas, mas um dever do Consulado Brasileiro proteger o seu cidadão até mesmo com verbas  – como acontece em consulados de outros países – em apoio à situações emergenciais.

Não seria necessário, como está acontecendo neste momento na cidade de Tupã (SP) – onde o Lucas reside -, os familiares fazendo campanha de arrecadação de dinheiro para pagar a conta astronômica do hospital onde o estudante está internado, com o custo diário de cerca de R$ 3 mil,  segundo divulgou a família.

Família faz campanha em Tupã para arrecadar dinheiro
Quando estive em Brasília, em 2005, e participei no Congresso Nacional de reunião para discutir a política de Imigração no Brasil, foi tenso. Fui convidado pela Comissão Nacional dos Direitos Humanos para participar da reunião.

A tensão na qual me refiro, é que quando levantei a questão dos Consulados do Brasil no exterior serem mais eficientes no tratamento aos cidadãos brasileiros, teve deputado que torceu o nariz. Disse às autoridades da esfera federal o que coloco para você leitor: Falta uma política de ajuda aos brasileiros no exterior, no caso de morte e de acidentes provocados por situações críticas, em casos específicos.

O que o Itamaraty está fazendo neste exato momento no caso do Lucas Assumpção? Intercedendo com telefonemas, mas deixando para família executar uma tarefa que cabe a ele – o Consulado – resolver. A questão da verba hospitalar.

É a família que mete a mão no bolso e sai às ruas pedindo ajuda. Se o Itamaraty dispusesse de uma verba – o chamado socorro aos que precisam, em casos específicos –, ajudaria, na situação do Lucas.

Essa história de familiares entrarem em desespero e o nosso Consulado não tomar à frente da situação, deve perdurar até que alguém de bom senso, coloque o dedo na ferida e resolva de vez o que já poderia ter sido feito. Lamentável!


Walther Alvarenga

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