Padre Fábio de Melo sentiu o sintoma quando chegava a Fortaleza |
Relato neste
domingo ao “Fantástico” após admitir a doença
“Eu senti
tanto medo que me escondi embaixo da cama. Não queria falar com ninguém, não
queria olhar para as pessoas. A única com que eu desejei falar era com a minha
mãe – já falecida. Para ela eu ainda sou o Fabinho”.
Este foi o depoimento do
Padre Fábio de Melo neste domingo, à apresentadora Poliana Abritta, do “Fantástico”
sobre o drama que vem enfrentando com a Síndrome do Pânico, doença que atinge milhares
de pessoas no Brasil.
Com expressão
combalida, e emotivo a todo o momento, Padre Fábio de Melo relatou que já havia
tido a síndrome do pânico há dois anos, mas o sintoma voltou a reagir recentemente,
lhe tirando a paz. “Eu estava chegando a Fortaleza quando me senti mal. De
repente aquela sensação horrível e eu não queria sair do carro”, relata.
Entrevista concedida a Poliana Abritta, no "Fantástico". |
Ele conta que
apanhou em sua bolsa o medicamento que carrega para prevenção da doença e
tomou. Ao chegar ao hotel, sentia opressão e a sensação de que não ia conseguir
mais cumprir os seus compromissos.
“Quando
voltei para casa, a situação se agravou. Eu sentia medo, sentia desespero e a vontade
de me esconder de tudo e de todos. Queria desistir de ser padre e questionei a
minha fé”, desabafa tentando conter o choro.
Hoje
recuperado, mas ainda fragilizado com a doença, Padre Fábio de Melo disse que ainda
sente medo, “é o medo do medo”, e que pensa em fazer terapia. “O medo é de ter
uma nova crise de pânico, e ficamos escravos do medo”, admite. “Mas reconheço
que não posso parar”.
“Se antes eu
tinha respeito pelo ser humano, pelas suas dificuldades e desafios, hoje eu os
respeito muito mais porque sei que não é fácil. Quero continuar podendo ajudar
de alguma forma”, finaliza.
Levantamentos da Organização
Mundial da Saúde (OMS), mostram que atualmente cerca de 33% da população
mundial sofre de ansiedade. O Brasil tem aparecido sempre entre os primeiros
das listas da organização.
Walther Alvarenga
Postar um comentário