Medida anunciada nesta terça-feira rompe com tradição religiosa
A Arábia Saudita anunciou nesta terça-feira que vai permitir
que as mulheres possam dirigir carros, terminando de vez com a polêmica
proibição que se tornou um símbolo global da repressão feminina naquele país
ultraconservador.
Foi uma vitória das mulheres na Arábia Saudita, que não
tinham o direito de pegar no volante. Inclusive, uma mãe perdeu a guarda dos
filhos por ser pega dirigindo. Mas as mulheres vão poder dirigir no país e a mudança
vai ter efeitos a partir de junho de 2018, anunciou a televisão estatal.
A Arábia Saudita é uma monarquia que segue a lei islâmica,
assim como as deliberações de vários oficiais sauditas e
representantes religiosos que, ao longo de dezenas de anos, basearam a
proibição das mulheres conduzirem no fato de ser "inapropriado" e que
os homens não saberiam como agir se vissem uma mulher dirigindo um carro ao
lado.
Outros oficiais sauditas argumentaram que permitir que as
mulheres dirijam é um ato perigoso e que iria danificar os ovários das mulheres
sem, no entanto, ter apresentado qualquer prova desta afirmação.
O processo de reforma - que permitirá mulheres aos volante - foi
levado a cabo nos últimos anos pelo príncipe Mohammed bin Salman, de 23 anos,
que tem se empenhado em mudanças na lei saudita para melhorar o reino a nível
econômico e social.
Em termos econômicos, espera-se que a medida motive mais
mulheres a trabalhar fora de casa, por não precisarem contratar motoristas
privados. Não está estipulado como vai ser feito o acesso às mulheres às aulas
de volante.
Walther Alvarenga
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