Theresa May quer que 70 milhões de contas no país sejam verificadas
A ordem Primeira Ministra Theresa May entra em vigor em janeiro
O clima se fecha contra imigrantes sem documentos no Reino Unido. A ordem da Primeira Ministra Theresa May é criar um “ambiente hostil” para os imigrantes sem documentos, sob fortes críticas de organizações da sociedade civil. Instituições financeiras já receberam ordens para, a partir de janeiro de 2018, começarem a fazer revisões trimestrais das 70 milhões de contas registadas no país.
A notícia está nas páginas do jornal  The Guardian desta sexta-feira, que aponta para o Ministério do Interior que pretende identificar pessoas cujos vistos já expiraram, bem como requerentes de asilo a quem não foi dada autorização de permanência no país.

 Através deste processo trimestral de verificação, o governo conservador quer congelar ou encerrar as contas das pessoas que estejam vivendo em situação irregular no território britânico, para "tornar mais difícil que elas se estabeleçam no Reino Unido".

O governo defende que congelar as contas bancárias com elevadas somas "vai criar um poderoso incentivo para que aceitem partir voluntariamente", já que só depois de abandonarem o país é que poderão receber o seu dinheiro.

Ativistas pelos direitos dos imigrantes reagiram à notícia dizendo que os registros mais recentes do Ministério do Interior não são de confiança e que, por essa razão, a implementação deste novo sistema vai acarretar erros graves que terão impacto nas vidas de não britânicos que têm direito de viver no Reino Unido.
Sob a Lei da Imigração de 2014, qualquer pessoa que quisesse abrir uma conta num banco ou numa sociedade de construção no Reino Unido tinha de passar por um sistema de verificação do seu status legal. 
Entretanto, nunca houve um programa de fiscalização desta escala, que vai passar a forçar as instituições a reverem periodicamente, mais precisamente de três em três meses, todas as contas registadas no país.
A nova legislação exige aos bancos que verifiquem a identidade de cada titular de conta junto da base de dados do Ministério do Interior, que é gerida pelo serviço britânico de combate à fraude.
Poderão ser deportadas pessoas fugidas de guerras a quem foram negados vistos e pessoas que entraram legalmente no Reino Unido, mas cujos vistos já expiraram.
Numa avaliação interna, o governo reconhece que estas medidas, implementadas no âmbito da Lei da Imigração de 2016, podem ter o potencial de impactar o apetite das empresas que oferecem serviços bancários a migrantes legais que não têm vistos de residência permanente no Reino Unido. Tudo muito complicado.

Walther Alvarenga

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