Shirlei e Elias tentaram, mas tiveram pedido negado para ficar nos EUA. |
O
brasileiro quando deixa o país e segue para os EUA, em busca do seu sonho,
coloca na bagagem as suas esperanças, deixando a família, os amigos e a zona de
conforto. O desapego é a mola propulsora que incentiva essa a gente a colocar
os pés nas alturas, dispostos a tudo, sem olhar para trás. E nem sempre o
resultado de tantos esforços são compensadores.
Esse
o caso do casal Elias Oliveira Cortes, 38 anos - da cidade mineira de Cuparaque-, e de sua esposa, Shirlei Cortes, de Mantenópolis - Espírito Santo-, que
foram detidos por agentes federais de imigração e que, agora, aguardam pela
deportação.
Entenda
o caso - Elias Oliveira Cortes vivia nos EUA há 12 anos, mas não tinha
documentos. A esposa, Shirlei Cortes, estava no Brasil com os dois filhos do
casal. E depois de 12 anos em terras americanas, Elias decidiu voltar para o
Brasil para ficar junto da esposa e dos filhos.
E
após um ano no Brasil, o mineiro, em comum acordo com Shirlei, decidiu retornar
aos EUA. Shirlei Cortes estava grávida do terceiro filho do casal, mas decidiu
acompanhar o esposo.
O
casal vendeu a casa e com o dinheiro pagou um “coiote” – o chamado atravessador
de pessoas na fronteira do México -, e arriscou tudo. Ambos estavam dispostos a
enfrentar os desafios.
Durante
a travessia pelo deserto do México, na tentativa de entrar nos EUA, o casal e
os dois filhos foram detidos pela polícia de Imigração americana. Elias e
Shilei entraram no país, mas com tornozeleira eletrônica, monitorada pela
Imigração.
E
após oito meses nos EUA, com obrigação de se apresentarem no escritório do
Immigration and Customs Enforcement (ICE), na cidade de Burlington
(Massachusetts) para checagem, o casal recebeu ordem de deportação. Era o fim
da linha.
Segundo
declarações de Shirlei, ao Brazilian Times, o casal fez um estranho acordo com
a Imigraçao, quando detido na fronteira do México. “É um sistema chamado ‘cai-cai’,
bastante conhecido pelos imigrantes".
"A gente se entrega para a imigração, ganha
um período para ficar nos Estados Unidos e neste tempo faz a tentativa de
conseguir ficar no país, mas nós não conseguimos. O nosso pedido foi negado”,
explica.
Como
Shirlei chegou grávida, quase não trabalhou e por isso somente o marido era o
provedor da casa. Além das contas nos EUA, Elias arcava com as despesas dos
juros cobrados pelo “coiote” no Brasil, que ainda ficou com a casa do casal.
O
casal não teve tempo de juntar economias e ainda entregou a casa para um coiote
que cobrou a quantia de US$36 mil para atravessar a família pela fronteira.
Shirlei espera contar com a ajuda da comunidade.
“Não temos nada e vamos voltar
ao Brasil para começar do zero. Qualquer ajuda é bem-vinda”, fala.
Walther
Alvarenga
Postar um comentário