Crianças que não podem negociar doces ou travessuras |
Há uma estatística não revelada,
omitida pelos órgãos competentes
O Halloween, também conhecido Dia das
Bruxas, é uma celebração típica da cultura norte-americana, comemorado em
outros países de língua inglesa: Canadá, Escócia, Inglaterra e Irlanda.
As crianças vestem fantasias de
personagens do gênero horror e saem as suas, batendo na porta das casas e dos
apartamentos com a frase tradicional: Doces ou travessuras.
Essa tradição comemorada no Brasil –
bailes, festas e meninos pedindo doces, ao estilo norte-americano -, se
espalhou para várias cidades.
Uma outra realidade que o mundo dá às costas |
Máscaras e adereços assustadores
desfilam pelas ruas do mundo nesta terça-feira de Halloween, “assustando”
pessoas e divertindo as crianças – me refiro às crianças sadias, que vivem em
países que lhes dão proteção de alguma forma.
Entretanto, observando de um outro
ângulo, sem a intenção de romper com a magia desta data tão significativa para
a garotada, mas o horror que para algumas crianças representa travessuras, na
Síria, por exemplo, oito milhões de meninos e meninas morrem de fome.
Algo muito além do que podemos supor |
Na Somália, crianças estão a mínguas,
o mesmo ocorrendo em países mais pobres. A crise humanitária instalada no mundo
é, sem dúvida, a imagem do terror, do Halloween orquestrado pelos Frankenstein
do poder.
Talvez para alguns, seja chatice esse
comparativo, diria, o estraga prazeres, mas dar às costas às crianças que – de
fato – estão no sentido contrário do Halloween, na contramão da realidade,
acuadas, sem o direito de negociar doces, é, no mínimo, insensatez de nossa
parte.
Crianças na Somália em condições degradantes |
O mundo é insano às vezes, e os heróis
que cultuamos não conseguem ir além do que lhe é conveniente. As bombas
de cada dia são tão assustadoras que os macabros personagens do Halloween
seriam divertidos bonecos para crianças fadadas à guerra.
E o que pode nos assustar mais é a
insensibilidade dos que adotaram para si a convivência com o intransigente. Não
quero, de forma alguma, escangalhar com o seu Halloween, mas lembre-se de que o
real espetáculo de repulsa e medo está a nossa volta, a um palmo do nosso
nariz.
Walther Alvarenga
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