Glamorizar o caos é um ato falho e que pode confundir pessoas  
Produtores e diretores deveriam rever melhor o conceito de entretenimento

Uma sucessão de erro crasso pode ser visto diariamente nos canais televisivos do Brasil, no que se refere à TV aberta, o que demonstra total falta de bom senso de produtores e diretores. 

Surpreendentemente, nesta quinta-feira, “pulando” canais – numa “vistoria” constante -, eis que na Rede TV!, em horário nobre, o “TV Fama”, que aborda sobre a vida dos artistas no país, mostrava com glamour entrevista com a “real” Bibi Perigosa, ex-dama do tráfico do Rio de Janeiro.

O mais alarmante é que a legenda da entrevista era exatamente essa: “A Real Bibi Perigosa, a dama do pó”, numa referência à cocaína, e tantas outras drogas que destrói pessoas nesse Brasil sem leis e regras.

E se politicamente a selvageria cometida pelos partidos assombra, causa indignação, a linha de shows desse país deveria rever melhor o conceito de entretenimento porque bandido não é estrela de TV.

O inacreditável é que a Bibi Perigosa, Fabiana Escobar, que “inspirou” – imagine – Glória Perez a escrever “A Força do Querer”, novela que prestou um desserviço ao Brasil, era tratada pelo repórter como uma diva dos estúdios de Hollywood.

Quer dizer, a “dama do pó”, do tráfico - que levou o Rio de Janeiro para o “buraco negro”, provocando mortes, sequestros e destruição -, concedia entrevista como se sua trajetória fosse referência para alguma coisa.

E o mais aviltante é que  o “alorpado”  repórter  - desculpa o termo ao me referir a um colega de profissão -, em determinado ponto da entrevista, pergunta: “A Senhora faria tudo outra vez?”
Pasme leitor do BLOG, isso é o mesmo que perguntar a Bin Laden, no além, se ele ressuscitaria para explodir as torres do World Trade Center novamente.

Até o momento não entendi à intenção da entrevista, mas, evidente, foi lamentável. E têm pessoas que incitam à praticidade da burrice com a velha e mórbida frase: “Muda de canal”.  

Eu posso até mudar de canal, posso ver a entrevista até o final – o que fiz de fato -, mas há os que ainda acreditam em que tudo o que se fala na televisão – mesmo as inverdades.  Gente assim, num reflexo invertido de valores, pode achar que a Bibi Perigosa seja mesmo um exemplo a ser seguido.


Walther Alvarenga 

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