São refugiados que buscam alimento e abrigo e que são vendidos |
Mercado escravo denunciado por documentário exibido na CNN
As denúncias do documentário exibido pela Rede CNN, deixou todos perplexos. O secretário-geral da ONU, Antônio Guterres,
manifestou-se "horrorizado" pela suposta venda na Líbia de
subsaarianos como escravos e exigiu investigação urgente para levar os
responsáveis perante a justiça, para responderem por crimes contra a
humanidade.
"A escravatura não tem espaço no nosso mundo.
Estas ações estão entre os abusos mais atrozes dos direitos humanos e podem
configurar crimes contra a humanidade", sublinhou Guterres, em reação às
imagens exibidas pela CNN de imigrantes subsaarianos na Líbia.
Jovens africanos esperam ser comprados para sair da miséria |
O documentário exibido na emissora revela um
mercado de escravos perto de Trípoli, capital da Líbia, através de imagens
captadas por um celular, quando decorria a venda de dois homens.
No som captado, ouve-se alguém afirmar que "os
homens são vendidos por 1.200 dinares libaneses ou 400 dólares cada (339 euros,
ao câmbio atual)".
O secretário-geral da ONU instou também a
comunidade internacional a combater o tráfico de pessoas e pediu a todos os
países para adotarem a convenção das Nações Unidas contra o crime transnacional
organizado.
Uma situação humilhante condenada pela ONU |
Depois da deposição do regime de Kadhafi, em 2011,
os traficantes aproveitaram as deficiências na segurança e a completa
impunidade na Líbia para aliciarem dezenas de milhares de pessoas para uma vida
melhor, com a passagem para Itália, a 300 quilômetros da costa líbia.
O enviado especial da ONU para a Líbia, Ghassan
Salamé, disse que o "Governo líbio não tem um exército ou polícia à
disposição" e que "não se trata de má vontade, mas mais de
incapacidade" porque "não dispõe das ferramentas para governar".
Walther Alvarenga
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