Momento delicado para brasileiros nos aeroportos da Europa
No primeiro semestre de 2017, foram 3,1 mil ordens judiciais

Uma estatística surpreendente coloca o Brasil em situação comprometedora na Europa, pois está entre os dez países com o maior número de deportação. Com isso, o brasileiro passa a ser o vértice comprometedor na questão imigratória europeia, deixando os oficiais de imigração nos aeroportos em posição de alerta quando na chegada do brasileiro em solo europeu.

Segundo dados oficiais da Agência de Fronteiras da Europa, a Frontex, no primeiro semestre de 2017, os tribunais emitiram 3,1 mil ordens judiciais nos diversos países da União Européia, consolidando o contingente de deportados brasileiros.

E mais: nos seis primeiros meses de 2016, foram 2,3 mil ordens judiciais, ou seja, um aumento de 37% de um ano para o outro. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira.

Em Bruxelas, o serviço de imigração informa que a grande maioria das ordens de expulsão é direcionada a brasileiros que chegaram entre 2015 e 2016 – período de recessão no Brasil.
Brasil está entre os dez países de deportados da Europa
As informações não incluem brasileiros barrados nos aeroportos europeus e se refere aos que já estavam vivendo de forma irregular no continente. Em 2016, 3,7 mil brasileiros foram impedidos de entrar na Europa, ante 1,7 mil nos seis primeiros meses de 2017.

No segundo trimestre deste ano, por exemplo, a entidade aponta que “um número significativo de recusas de entrada foi emitido a albaneses na Itália (826), brasileiros em Portugal (312) e colombianos na Espanha (347)”.

Mas é o número de decisões de retorno que agora ganha força. No primeiro trimestre de 2016, por exemplo, foram 986 brasileiros com ordens de expulsão. Nos primeiros três meses de 2017, essa taxa subiu para 1,5 mil e, entre abril e junho, o número foi de 1619 expulsões declaradas, quase 18 por dia.

Os índices colocam o Brasil na décima posição entre as nacionalidades mais visadas, com apenas 200 casos a menos que os sírios. A lista é liderada pela Ucrânia e Marrocos, com mais de 11 mil casos cada apenas nos seis primeiros meses de 2017, informa o Brazilian Voice.

A última vez em que o Brasil entrou na lista dos dez primeiros foi em 2011, no auge da crise econômica europeia e quando governos do bloco passaram a endurecer a política migratória. Naquele ano, foram seis mil brasileiros expulsos. Este ano, portanto, pode superar.

Os números, agora, refletem outra realidade. Primeiro, a adoção de leis cada vez mais restritivas para o trabalho de migrantes irregulares. Em diversos países, empregadores têm sido multados quando são flagrados com funcionários sem registro.

O outro fator é o aumento de brasileiros irregulares na Europa nos últimos anos. Mas como eles se estabelecem nos países de forma clandestina não há números que mostrem esse crescimento.

No total, a Europa emitiu 303 mil ordens de expulsões contra estrangeiros vivendo de forma irregular no continente em 2016. Nos seis primeiros meses de 2017, foram 37 mil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Walther Alvarenga

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