Feirinha é o maior centro de compras da América Latina

“Feirinha” é responsável por oito mil empregos, mobilizando quatro mil lojistas.

A Feira da Madrugada reúne cerca de 30 mil pessoas por dia, no Parque do Pari, em São Paulo, vindas de várias partes do Brasil, atraídas por produtos de qualidade – roupas, eletrônicos, brinquedos, etc –, tornou-se um Patrimônio Cultural , um fato inegável. O maior reduto de compras do país, popularmente conhecido como “feirinha”, é o responsável por oito mil empregos, mobilizando quatro mil lojistas, mas, ainda assim, corre o risco de ser fechada, com a determinação da Justiça da reintegração de posse da área.

Mas e o direito do trabalhador? Como ficam as famílias dos comerciantes que deram duro, que se empenharam e construíram um império de beneficies, alavancando a Economia, mobilizando compradores de vários estados, inclusive da Argentina? Por que tirar o sustento dessas pessoas?

A liminar concedida pelo desembargador José Benedito Franco de Godoi, do 12º Grupo de Direito Privado, no último dia 23 de fevereiro, que temporariamente suspendeu a reintegração de posse  – marcada para 25 de fevereiro –,  pode ser cassada, colocando comerciantes no olho do furação. É a queda de braço com poderosos, irredutíveis, que não reconhecem o esforço de um povo, que serve o povo, sem ostentação.

A Feirinha não precisa mudar de endereço – não se mexe em time que está ganhando –, mas de investimentos para melhor acomodar ônibus e vans que chegam de todos os pontos do país. Ampliar áreas de banheiros, melhorar locais para lanchar e tomar um bom café da manhã – a maioria chega à madrugada. São Paulo deve isso aos comerciantes.

Preservar o Paraíso das Compras, um Patrimônio Cultural do nosso povo, é um dever das autoridades paulistanas, do governo do Estado. O bom senso cabe a todo cidadão, independente de cargo ou de status. E fazer “vista grossa” ao que é evidente, o maior comércio popular de compras da América Latina, é inconcebível.

De várias partes do Brasil, agentes de viagem, guias turísticos, comerciantes e consumidores em geral se manifestam com pedido de atenção do Prefeito João Dória, para com a Feirinha. “Nos não precisamos de mais shoppings, queremos a preservação da feirinha”, reivindicam.

Não há como desatender o pedido sensato do povo. A Feira da Madrugada é uma reivindicação de lojistas, de consumidores, de pessoas do bem, portanto, é preciso reconhecer que a desapropriação da área irá tirar o pão de cada dia de brasileiros que lutam com dignidade. 

Em momento delicado em que o país atravessa economicamente, com corrupção e jogo de interesses escusos, seria desonroso submeter trabalhadores à guilhotina. Amputar a esperança não é o melhor caminho.

A Feira da Madrugada que mobiliza oito mil trabalhadores, e mobiliza 30 mil pessoas por dia, acontece de segunda a sábado, das 3h às 10h no Brás, na região central da capital paulista.

Walther Alvarenga

   

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