Iraniana retira véu islâmico em público e pega dois anos de prisão

No Dia Internacional da Mulher, a luta contra obrigatoriedade no Irã
No Dia Internacional da Mulher – parabéns a todas as mulheres no mundo –, no Irã as mulheres iranianas vêm realizando uma série de protestos no país, aparecendo em público com a cabeça descoberta, sem o véu islâmico (hijab), o que representa uma afronta à religião muçulmana.
As iranianas em Teerã descobrem o cabelo em praça pública como forma de protesto contra o uso obrigatório do véu islâmico. Nesta quarta-feira, uma iraniana, cuja identidade não foi divulgada, foi condenada a dois anos de prisão.
Em Teerã mulheres pedem fim da obrigatoriedade com uso do véu
Abbas Jafari Dolatabadi, procurador-geral de Teerã, capital do Irã, disse que a mulher desrespeitou as tradições muçulmanas, e que tenciona recorrer da sentença.
O procurador alegou ainda que a mulher tirou o véu na rua Enghelab, no centro da capital iraniana, para “encorajar a corrupção”, e criticou o fato de lhe ter sido apresentada a possibilidade de sair em liberdade condicional ao fim de três meses na prisão.
Onda de protestos das mulheres acontece no Irã
Mais de 30 mulheres iranianas foram detidas desde o final de dezembro do ano passado por terem retirado os seus véus em público. Umas foram libertadas - a maioria - e outras enfrentam acusações, não se conhecendo por enquanto o desfecho dos processos.
Desde de dezembro de 2017 que os protestos avançam no Irã
Abbas Jafari Dolatabadi, o procurador-geral, informou ainda que não voltará a ser permitido às mulheres conduzir com a cabeça descoberta e o véu caído sobre os ombros, como acontece em algumas zonas da capital iraniana.
Se o fizerem, os seus veículos serão apreendidos pela polícia. “Devemos agir com firmeza contra aqueles que questionam deliberadamente as regras sobre o uso do véu islâmico”, relata.
Walther Alvarenga


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