O desespero da garotinha imigrante na fronteira dos EUA |
Garota de sete anos morre por desidratação e choque
séptico. Ato covarde!
Há semanas venho denunciando através de meu programa na TV – Mundo
Afora, exibido aos sábados, às 13 horas, pela TV Poços, Rede Minas (www.tvpocos.com.br) –, as atrocidades
cometidas na fronteira dos EUA contra os imigrantes oriundos da Guatemala, El
Salvador e Honduras. E o que era evidente ocorreu, infelizmente, com a morte de
uma garotinha guatemalteca, de sete anos. Ela morreu por desidratação e choque
séptico (falência dos órgãos com origem em uma infecção), após atravessar a
fronteira.
O retrato da desumanidade no mundo – embora tenha sido um ato ilegal por
parte do pai ao invadir os EUA levando a menina –, é sombria, diria, inaceitável.
Os homens do poder esfriaram o coração, são mórbidos, arrogantes, e já não
conseguem mais discernir o sonho da hipocrisia.
O sonho é um direito de toda a criança |
A intolerância de um presidente
que dorme em redoma de ouro, e se intitula o soberano de uma Nação, não tem
olhos para enxergar o que é simples. Pode estender as mãos para cumprimentar os
demônios do mundo, que se alimentam da violência, mas é incapaz de se
sensibiliza com a súplica de uma criança.
Imagine, leitor do BLOG, uma menina
assustada, correndo pelo deserto, embaixo de temperatura elevadíssima,
arrastada pela necessidade da família que foge da miséria, de perseguições
políticas, em busca de asilo nos EUA.
Essa mesma criança não teve sequer o
direito de sonhar porque os príncipes e princesas de sua história se
transformaram em uma névoa escura, diluída pela areia, pedra, sede e fome de
uma caminhada incerta.
E a cada passo dessa menina amedrontada, sem compreender o
egocentrismo dos adultos, que dividem territórios e que fazem acepção de
pessoas, o medo. O choro misturado com suor.
Aos sete anos, a garotinha da
Guatemala caiu sem forças. Combalida pela febre de quarenta graus. Ela morreu
sob a custódia da Patrulha americana, deixando no deserto o sorriso que não
aconteceu, a boneca que nunca pôde ter, e nem mesmo o Natal, talvez, que
imaginava estar junto dos pais.
Que mundo é esse? O que está acontecendo com
todos nós? Cercear o direito de ser feliz, de ter dignidade, é calamidade imensurável
que se comete contra o semelhante. O livre arbítrio não é privilégio de poucos,
mas o direito de todos, até mesmo de uma menina de sete anos!
Amaldiçoados sejam
aqueles que massacram o necessitado!
Malditos o que tiram a liberdade de uma criança de poder brincar, de
desfrutar de um tempo concebido pelo milagre da vida! Só mesmo a divindade para
perdoar a insanidade dessa gente!
Walther Alvarenga
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