Carola Rackete atraca no porto de Lampedusa contrariando autoridades
Após polêmica, a capitã alemã do Sea Watch 3, Carola Rackete, foi
libertada nesta terça-feira. A juíza Alessandra Vella, do Tribunal de
Agrigento, na Sicília, decretou a libertação da ativista, deliberando que
Rackete "agiu para cumprir o dever de trazer os imigrantes para
segurança".
A capitã não deixou se intimidar ao se atracar no porto de Lampedusa, na
Itália, com 42 pessoas a bordo do navio.
A ativista desafiou o ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, e
as autoridades portuárias ao entrar, na sexta-feira à noite, com o navio
Sea-Watch 3 na doca de Lampedusa para que imigrantes pudessem desembarcar.
Capitã alega que foi um gesto humanitário |
Segundo Carola, era uma questão
de humanidade, pois todos que foram resgatados no mar estavam exaustos e não
aguentavam mais.
Acusada de tentar uma manobra perigosa, a capitã Carola Rackete garantiu
que nunca pensou na sua ação como "um ato de violência, mas apenas de
desobediência".
“Decidi atracar no porto em Lampedusa, apesar de saber o que estava em
causa. E eu era responsável por quarenta e duas pessoas. As suas vidas são mais
importantes do que um jogo político”, explica Carola num post no Twitter.
Com 40 imigrantes resgatados do mar há 17 dias, a capitã do navio da
organização humanitária Sea-Watch tinha declarado o estado de emergência a
bordo há mais de um dia (36 horas), recordou.
"A situação era desesperante, o meu objetivo era apenas trazer
pessoas exaustas e desesperadas para o chão. Eu estava com medo", disse,
explicando que temia que os imigrantes se atirassem ao mar, o que acabaria por
significar a sua morte uma vez que não sabiam nadar.
"Certamente não queria tocar na alfândega, a minha intenção não era
colocar ninguém em perigo, eu já me desculpei e peço desculpas novamente.”
A sua manobra na
noite de sexta para sábado para atracar em Lampedusa não causou feridos e o
navio conseguiu desembarcar os migrantes que tinha resgatado da costa da Líbia.
Isso valeu-lhe acusação de ajuda à imigração ilegal e resistência a um navio de
guerra.
Walther Alvarenga
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