Desespero de famílias venezuelanas na fronteira do Equador |
A fronteira do Equador se transformou em calamidade pública
Agora, para entrar no Equador é necessário ter o visto, caso contrário,
as portas do país – seja nos aeroportos ou fronteiras – estarão fechadas para
estrangeiros “inadequados”. Foi tapa na cara do bom senso, pois a exemplo de
alguns países europeus – França, Itália, Alemanha e ainda o Reino Unido –, autoridades
equatorianas dão recado à Venezuela de que a presença de refugiados não é bem
vinda.
À medida que entrou em vigor na última segunda-feira, alarmou pessoas de
todas as partes da Venezuela, e a confusão na fronteira do país se transformou em calamidade pública. E quem vai arcar com as consequências?
Na verdade, Brasil e Colômbia é que vão bancar o ônus. Em meio a tantas
famílias venezuelanas pedindo socorro aos países vizinhos – fugindo do regime opressivo
do presidente Nicolás Maduro –, Roraima mantém as fronteiras abertas.
O Equador usou de tática arbitrária – é aquela velha e “malandra
estratégia”, fecho a porta da minha casa e quem fica de fora que se dane! A exigência
do visto é a linha divisória para barrar tantos pedintes, pobres e desesperançados.
Sim, tenho plena consciência de que o Equador é soberano, tem o direito
de impor leis, entretanto, fere o tratado dos Direitos Humanos – aniquila todo
trabalho de ajuda humanitária. Isso é imprudente!
Venezuelanos tinham acesso ao Equador apresentando o documento
de identidade, mas desde segunda-feira precisam de um visto. O visto é gratuito,
mas o trâmite custa 50 dólares – cerca de 205 reais.
O povo da Venezuela não tem dinheiro nem mesmo para comprar remédio, que
dirá dispor de 50 dólares para se conseguir um visto. Imagine, uma família de quatro
pessoas ou mais, quanto terá de desembolsar? Com que recurso?
Trocando em miúdos, uma expulsão sumária de famílias venezuelanas,
arquitetada pelo egocêntrico Equador. Uma “triagem” a custo de sangue e suor,
tentando cobrar de quem não tem condições nem mesmo para se alimentar.
Lamentável, Equador!
Walther Alvarenga
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