Truculência da polícia chilena atira contra o rosto dos manifestantes

Povo vai às ruas pedir por justiça e mergulha seus sonhos na escuridão

O Dr. Javier Agüero Águila, diretor do Centro de Pesquisa em Religião e Sociedade da Universidade Católica de Maule, publicou artigo contundente no jornal “La Nacion”, do Chile, nesta sexta-feira. Ele faz alusão aos cidadãos chilenos que ficaram cegos durante os protestos, atingidos por balas de borracha. Pessoas inocentes que foram às ruas pedir por justiça e mergulharam os seus sonhos na escuridão. 
“Memórias dos Cegos” foi o título do seu artigo, numa homenagem ao livro do escritor Jacques Derrida: "há olhos que não veem mais e olhos que nunca viram. Você também esquecerá os vivos sem olhos? É por isso que eles nem sempre vivem sem luz”.
Várias pessoas ficaram cegas ao serem atingidas no rosto
Segundo o Dr. Javier Agüero, "alguns dias atrás, policiais - em um dos muitos ataques covardes aos direitos humanos que foram sistematicamente seguidos no Chile - atingiram com balas de borracha as duas oculares globais do estudante de psicologia na Academia Universitária de Humanismo Cristão, Gustavo Gatica. Ele ficou cego!”
O jovem de 21 anos, “a partir de agora não verá mais, pelo menos como nós nos vemos, ou como acreditamos que vemos. Infelizmente, assistimos ao retorno de uma força imensa, autodefinida como legítima, exercida pelo Estado e seus agentes repressivos cuja instrução é dar um tiro na cara”, critica o médico
Assim como o estudante Gustavo Gatica, várias outras pessoas ficaram cegas nas últimas semanas durante os protestos, ao serem covardemente atingidas no rosto por balas de borracha, provocando a revolta do povo chileno.
Chilenos pedem justiça e denunciam tiros que deixam pessoas cegas

A pior crise desde o início do processo democrático após a derrota da ditadura militar e que se acrescenta com um governo cego, surdo, soberbo, inepto e incompetente como o de Piñera.
O povo chileno está nas ruas e não arreda pé. O fechamento das estações do metrô deixa dezenas de milhares de pessoas sem condições de chegar a suas casas, exteriorizando raiva, indignação, impotência que explodiu em milhões de gritos.
Walther Alvarenga




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