Maestro e youtuber Dante Mantovani assume a Funarte

Dante Mantovani se esqueceu das deformidades da “cultura” no Brasil

O Brasil atravessa um período de surpresas, oriundas de nomeações no setor cultural do país, que traz à luz personagens das profundezas do estranhismo – na escuridão de pensamentos autoritários. Tenta nos enfiar goela abaixo uma enxurrada de deformidades que podem soar como verdade, para quem fica de joelhos, evidente!

Agora é a vez do recém-nomeado presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte), o maestro e youtuber, Dante Mantovani – uma preciosidade de nossa cultura –, que faz afirmações polêmicas, diria, teorias da conspiração.

O escolhido para dirigir a Funarte diz que, “o rock ativa as drogas, que ativam o sexo livre, que ativa a indústria do aborto, que ativa o satanismo. O próprio John Lennon disse que fez um pacto com o diabo”.

Comentário profético cita Elvis Presley, aponta os Beatles numa sucessão de exemplificações importadas, o que demonstra a síntese do achismo cultural: “não entendemos nada, mas continuamos insistindo”.

O maestro, no entanto, se esqueceu de citar deformidades da “cultura” do nosso país. Exemplo? A funkeira Ludmilla no clipe Verdinha’ faz apologia aos jovens de que fumar um baseado é tentador – cria um cenário hostil, pontuado de pessoas negras e endoidecidas em meio à fumaça contagiosa.

Caro presidente, também faz parte da cultura popular à novela, que infelizmente se transformou em um instrumento saqueador de benevolências! As nocivas novelas globais detonam a família, diariamente, de forma pragmática! Autores ostentam a degradação do respeito, principalmente entre pais e filhos. Isso também é assédio imoral!

Inclusive, alguns críticos portadores de nanismo conceitual consideram fenômeno musical a moça que atende pelo nome de Anitta, e que exporta para a Europa, através de seus vídeos, o conceito de vulgaridade da mulher brasileira.

Milton Nascimento está mesmo correto: “a música brasileira está uma merda!”

E com as deformidades que assolam o país – culturalmente falando –, temos o presidente da Funarte que olha para o rabo dos outros e se esquece do próprio rabo – o nosso, o Brasil. Aponta o que acontece lá fora, mas não cita os erros persistentes e comprometedores, a um palmo de nossos narizes.  

Não me refiro em momento algum ao desempenho musical do maestro – que tem o seu mérito – mas de sua fala infeliz, inconcebível para quem assume o comando da Funarte, de extrema importância para o nosso país.

Fiz teatro na Funarte com a diretora Miriam Muniz – umas das mais importantes diretoras de teatro e respeitada senhora das artes no Brasil. A intenção nunca foi atuar, mas agregar conhecimentos no ato de representar,  o que serviu de embasamento para minhas entrevistas com atores consagrados e iniciantes.

Sei da importância da Funarte e faço comentário com relevância. A prudência evita transtornos desnecessários. Espero – aposto nisso – que o maestro e youtuber, Dante Mantovani, repense alguns conceitos e que tenha mais cuidado com a sua fala. A postura de um presidente não se assemelha aos dizeres inconsequentes de um youtuber!

Walther Alvarenga


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