A série mostra a suposta e questionável volta de Jesus nos dias atuais
Seria ele o anticristo? Um desafio intrigante que coloca você na fogueira da Inquisição, mediante a fatos contundentes, diálogos fortes, filosóficos, citando pontos bíblicos. Um emaranhado de situações nefastas, que nos arrasta para o precipício de dúvidas. A volta de Cristo? Não, isso seria blasfêmia contra o sagrado, diante da postura equivocada da personagem central, um líder religioso que se intitula o Salvador.
A série que estreou nesta quarta-feira na Netflix, ‘Messiah’, disponível na plataforma de streaming, traz para o centro das discussões a conduta de um jovem líder religioso,
com as características físicas que lembram Jesus Cristo – pele queimada, olhos
escuros e olhar indagador –, desafiando os mais céticos.
Os episódios são polêmicos, muito bem feitos –
no âmbito de direção e elenco –, que se passam na Síria, na Jordânia e nos EUA,
quando um jovem se apresenta como mensageiro divino, desafiando, inclusive, o
presidente americano, com palavras sábias e olhar meticuloso. Anjo ou personificação
do maligno?
O jovem Messiah, que atende pelo nome de Al-Masih, é
interpretado pelo ator belga
Mehdi Dehbi, nos conduzindo à grandes ciladas sob o ponto crítico de que: o
certo pode ser infundado ou – na última das hipóteses –a ideia de luz se contradiz com o sombrio.
Tente não se surpreender, mas a trama induz à volta de Jesus nos dias de
hoje, em plena era do smartphone, realizando alguns supostos
milagres – ou estratégias ilusionistas – como andar sob as águas, além de
desbaratar o grupo terrorista Estado Islâmico, na Síria.
O profeta, que emerge no Oriente Médio e passa a ser perseguido no
mundo inteiro pela CIA, desafia. E, na vida real, líderes muçulmanos pedem a proibição
da série.
Acontece que Al-Masih – nome da personagem
central – é utilizado na teologia islâmica por Dajjal, um falso profeta
comparável ao Anticristo.
Algumas das cenas de ‘Messiah’ foram gravadas em
pontos sagrados de Jerusalém. Estive em Jerusalém e reconheci esses locais, inclusive,
a Via Dolorosa, por onde Jesus caminhou carregando a cruz – o caminho da crucificação.
Pensei: ‘estão blasfemando o caminho de Deus’.
Seja qual for a sua crença religiosa, recomendo
que veja a série ‘Messiah’, não por mera curiosidade, mas como exercício de reflexão. São
pontos discutíveis e situações enigmáticas em um universo de possibilidades questionáveis.
Walther Alvarenga
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