Rodrigo Marinho, 39 anos, escapou da morte e
reconhece o empenho de médicos e enfermeiros em Orlando, na Flórida
O
milagre da vida acontece, acredite! A força de Deus e das orações podem
resgatar situações remotas – mesmo quando as chances de sobrevivência são
mínimas. Isso ocorreu com o empresário brasileiro, Rodrigo Marinho, 39 anos, que durante viagem de férias a
Orlando com a esposa, Isabela Santos, passou pelo vale das sombras, permanecendo
dez dias em coma, vítima da Covid-19. Foram momentos críticos! Entubado na
Unidade de terapia Intensiva do AdventHealth Orlando, Rodrigo tinha quadro
crítico de pneumonia, tendo chegado ao limite do respirador artificial, o que o
levaria a óbito.
"Foi um milagre", diz Rodrigo e familiares. |
Mas a única alternativa para salvar a sua vida seria o tratamento
chamado de ECMO – oxigenação por membrana extracorpórea –, pulmão artificial
que pode substituir os pulmões do paciente. Esse procedimento é utilizado
apenas em pacientes em estado gravíssimo. O hospital tinha a máquina ECMO –
algo raro nos hospitais da Flórida. O empresário respondeu bem ao processo
médico e sobreviveu. E no dia nove de abril, ele “renasceu”, deixando o
hospital dia 17 de abril. sob os aplausos de médicos, enfermeiros e familiares.
“Tive alta do hospital no dia do aniversário da
minha esposa – fala com entusiasmo. Aprendi que não devemos nunca perder a fé, e
ter Deus no coração é essencial para enfrentarmos as dificuldades. Vejo a vida
de forma diferente, enxergo a vida diferente, agora. Tenho muita gratidão pelas
pessoas que oraram por mim, pelo atendimento carinhoso que recebi dos médicos e
enfermeiros que cuidaram de mim neste período tão crítico. É o recomeço, uma segunda
chance de vida e só tenho que agradecer a Deus”, enfatiza Rodrigo, após deixar
o hospital.
Acompanhado
da esposa Isabela, e do casal Angela Pagetti – comissária de bordo –, e do
corretor de imóveis Luiz Cláudio Silva,
onde está hospedado no momento, Rodrigo cumpre isolamento de três
semanas, seguindo ordens médicas. Empresário no Rio de janeiro, Rodrigo Marinho
também trabalha na equipe técnica da Rádio Itatiaia 87,9 FM, cobrindo eventos
esportivos. Uma carga de trabalho exaustiva, que o levou a tirar algumas
semanas de férias ao lado da esposa, em Orlando, Flórida.
Entenda o caso
Rodrigo foi entubado e teve ajuda de respiração mecânica |
Conta Angela Pagetti que ela acompanhou o casal, que
estava em
Kissimmee, até o
pronto-socorro de Celebration, pois era necessário que se falasse bem o inglês.
“A situação era grave e o Rodrigo foi imediatamente transferido para o hospital
‘AdventHealth Orlando’, e menos de duas horas foi
entubado, com auxilio de respiração mecânica. Ele foi diagnosticado com a
Covid-19, e os dias foram difíceis a partir daí. O médico disse que se
demorássemos mais alguns minutos, não seria possível salva-lo".
Angela, ao fundo o esposo e Isabela |
"Eu e o meu
esposo trouxemos a Isabela para a nossa casa em Orlando. Não podíamos visitar o
Rodrigo no hospital e apenas aguardávamos o boletim médico do hospital. Eles
ligavam todos os dias, às dez horas da manhã e as dez horas da noite,
informando sobre o estado de saúde do Rodrigo”, relata Angela.
“As notícias que vinham do hospital, eram
desanimadoras. O médico que cuidava do Rodrigo, Dr. Arnaldo Lopez, tinha um
pesar na voz e eu sentia que a gravidade da situação poderia levar o Rodrigo a
óbito. Evidente que a fé em Deus, os pedidos de orações não paravam, mas era
preocupante. O difícil era transmitir para a Isabela o quadro crítico do seu
esposo. Eu ponderava nas palavras, mas o desespero da Isabela era intenso. E
todas às vezes que o telefone tocava, e eu identificava o número do hospital,
um pesadelo sem fim, algo perturbador”, lembra Angela, apreensiva.
Dia fatídico
Foi
no dia quatro de abril, quando o Dr. Lopez ligou, disse que o paciente já tinha
utilizado os 100% do oxigênio do respirador – não havia mais o que fazer –, seu
estado de saúde se agravara. A única alternativa seria utilizar o tratamento
chamado de ECMO – oxigenação por membrana extracorpórea –, e que
“milagrosamente” era possível, pois hospital tinha a máquina ECMO – aparelho raro nos hospitais da Flórida.
Trata-se de uma técnica da medicina intensiva aplicada para
fornecer oxigênio ao coração e ao pulmão de pacientes que apresentam
insuficiência ou problemas nesses órgãos.
“Era
preciso à autorização da família para executar esse procedimento, então ligamos
para a família do Rodrigo no Brasil e eles autorizaram. O doutor Lopez tinha nos
alertado de que poderia ser feita cirurgia de alto risco, e o Rodrigo poderia
não sobreviver. Era a última chance de vida, não havia mais o que fazer, explicou
o médico. E esse tratamento só foi possível, graças a Deus, porque o hospital
tinha a máquina ECMO, algo muito raro nos hospitais da Flórida”, complementa a
comissária Angela.
“Ficamos
apreensivos, esperando pela resposta ao tratamento, se a cirurgia teria sido
feita, quando o médico nos ligou, 3 horas depois dizendo que os pulmões do
Rodrigo tinham reagido muito bem ao tratamento, com resposta imediata, e que
não seria necessária a cirurgia. Senti alegria na voz no médico, e foi um
alívio pra todos nós. Era a resposta de Deus e do tratamento que deu
certo.
"O Rodrigo saiu do coma, após dez
dias de sofrimento, e foi transferido para o quarto. E qual não foi a minha
surpresa quando atendi uma chamada no meu celular, e era do próprio Rodrigo.
Isso ocorreu no dia nove de abril, ele tinha renascido”, Angela fala com
emoção.
Vale
ressaltar, segundo informou Angela Pagetti, que Rodrigo Marinho foi o primeiro
paciente na Flórida, com o novo coronavírus, a receber tratamento de ECMO.
Hospedado na casa do casal Luiz e Angela, o empresário está em isolamento em um
quarto da residência, onde recebe todos os cuidados necessários nesse período
de recuperação e confinamento. Segundo o paciente, “caminho pelo quarto, falo
com minha esposa de longe, mantendo a orientação médica”, ressalta.
Indagado se acredita em milagre, Rodrigo não
hesitou em responder: “claro que sim, é o
milagre da vida, sou a testemunha viva deste grande milagre”, finaliza.
Walther Alvarenga
#NãoSaiadeCasa
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