Bobby Driscoll dublou e viveu Peter Pan no cinema
Conheça a história de Bobby Driscoll e se emocione. Ele brilhou em grandes filmes, foi Peter Pan e morreu abandonado, em Nova York, na mais completa miséria
  
Hart Island, em Nova York, é o local escolhido pelas autoridades da cidade para enterrar inúmeras vítimas do coronavírus em uma grande vala comum. Infelizmente, todos sem nome. E o que ninguém poderia supor é que também morreu abandonado, em Nova York , o ator Bobby Driscoll, um dos grandes sucessos do cinema americano dos anos 40, destaque como Peter Pan e “Ilha do Tesouro”.  


O jovem ator viveu Peter Pan a convite de Walt Disney
Filho de barbeiro, ele foi levado para a Metro Goldwyn Mayer para fazer um pequeno papel em "Los Angel", estrelado por Margaret O'Brien. O diretor do filme, Roy Rowland, ficou impressionado com a espontaneidade do garotinho e colocou no filme, ganhando US 500 por dia de filmagem.

Assim, Bobby Driscoll fez participação em outros filmes até que o seu nome chegou ao todo poderoso, o empresário Walt Disney.

Bobby Driscoll era o ator favorito de Walt Disney, o inspirador do desenho animado Peter Pan, e um dos primeiros convidados da Andy Warhol Factory. 
  
Bobby, no set de filmagem com Walt Disney
Walt Disney, na ocasião, precisava de um ator mirim para participar de "Song of the South", um filme que mistura animação com artistas reais. Deu certo. O garoto se destacou, e se tornou um sucesso, em 1946.

A partir daí, Walt Disney só tinha olhos para Bobby. Marc Eliot, autor da biografia mais sombria do cineasta, reconhece que a Disney viu em Driscoll uma espécie de animação Mickey Mouse, mas também uma daquelas crianças que sonham com piratas. 

A Disney fez de Bobby Driscoll o modelo para seu desenho animado Peter Pan: os animadores confiavam no jovem para criar o personagem e Driscoll era o responsável pela dublagem.

E segundo comentaristas de cinema, Hollywood cria grandes estrelas mirins para suas produções, e as abandona quando crescem. Isso tem causado sérios transtornos psicológicos para essas crianças na adolescência.

E com Bobby Driscoll não foi diferente: assim que Driscoll cresceu, a Disney o esqueceu, o descartou. Ele tinha 16 anos e tentou a sorte na televisão. Mas o estrelato infantil era um fardo, especialmente na escola onde ele era provocado e desprezado por alguns de seus colegas.

Nome do ator na Calçada da Fama em Hollywood
Deprimido, o garoto foi ao México com Marilyn Jean Rush, uma menina de 19 anos, com quem teve três filhos. 

Driscoll começou a viver em autodestruição graças às drogas, especialmente heroína. Ele próprio declararia ser "um vagabundo". Não tinha residência, nem lugar algum e caiu no esquecimento. Perdeu sua companheira e os filhos.

Depois voltou a Nova York, aos 31 anos, e foi morar em um prédio abandonado em Greenwich Village. O garotinho que encantara Walt Disney, e que estivera ao lado das grandes divas de Hollywood dos anos 50, agora dormia em uma cama suja, relegado ao abandono.

Fez tentativa para voltar ao cinema, mas ninguém o ajudou. O garoto prodígio do cinema americano foi encontrado morto na cena mais degradante, segundo pessoas que encontraram o seu corpo.

E sua identidade só foi desvendada através das impressões digitais. Morreu de overdose, segundo médicos legistas. O menino que brilhou nas telas não teve uma segunda chance.

E assim como os corpos sem identificação – vitimas da Covid-19, em Nova York –, enterrados em vala coletiva, o astro mirim Bobby Driscoll  teve o mesmo destino.

O seu corpo foi removido e ninguém o reivindicou, então ele foi levado para a vala comum em Hart Island e enterrado. 

Walther Alvarenga

#NãoSaiadeCasa


Post a Comment