Impasse na Casa Branca: Biden é o presidente eleito, assume 20 de janeiro; Trump resiste, não aceita derrota!
Nos 244 anos de história dos EUA, nunca houve um presidente
que se recusasse a deixar a Casa Branca depois de perder uma eleição. A
transferência de poder ordenada, legal e pacífica é uma das marcas da
democracia americana. Joe Biden assume 20 de janeiro; Trump resiste e fala em
fraude
A estratégia de Donald Trump em construir retórica de que houve fraude na contagem de votos da eleição presidencial, e que Joe Biden não é, de fato, o presidente eleito para governar os EUA nos próximos quatro anos, gera uma polêmica mundial, deixando preocupados os seus conselheiros em Washington. No extremo da conturbada situação a equipe de transição de Biden arregaça as mangas – pronta para entrar em ação –, mas se vê acuada, com limitações em áreas de segurança nacional, mediante a intransigência de Trump.
Na outra ponta do
iceberg, um grupo de republicanos, conscientes do que vem pela frente, tenta
mostrar ao presidente em exercício que o seu mandado termina no dia 20 de
janeiro de 2021 e, quer ele queira ou não, terá de deixar a Casa Branca. E se
resistir será convidado a se retirar, pois a Constituição dos EUA é clara, sem
sombra de dúvida, ao estabelecer que o atual mandato presidencial termina
"ao meio-dia de 20 de janeiro".
Importante ressaltar que nos 244 anos de história dos EUA,
nunca houve um presidente que se recusasse a deixar a Casa Branca depois de
perder uma eleição. A transferência de poder ordenada, legal e pacífica é uma
das marcas da democracia americana. Por isso, o anúncio do presidente Donald
Trump de se recusar a aceitar sua derrota contra Joe Biden, gera uma situação
tão nova quanto desconcertante na vida do país.
Para os analistas de plantão, um desafio a se considerar
cenários anteriormente impensáveis. Joe Biden conseguiu vencer em vários
Estados que lhe garantiram mais de 270 votos no Colégio Eleitoral. Portanto,
ele tem o direito de ocupar a presidência pelos próximos quatro anos.
Donald Trump tem recursos legais e
legítimos que ainda pode usar para contestar o resultado da votação.
Mas a menos que haja uma reviravolta
dramática nos tribunais daqui em diante e ele possa provar na Justiça a
existência de irregularidades na eleição que alega, embora não apresente
provas, 20 de janeiro é a data em que o novo presidente é empossado — e em que
Trump deve renunciar.
Aconteça o que tiver que acontecer – com
trovoadas e ataques verbais –, Biden assume o cargo de presidente dos EUA no
dia 20 de janeiro. Mas até lá, Donald Trump continua à frente da primeira
potência econômica mundial. Durante esse período de transição, que os
americanos chamam de "lame duck" (pato manco), o atual chefe da Casa
Branca pode agir como quiser, inclusive se vingando de personalidades políticas
ou tentando implementar medidas de última hora já que, teoricamente, não tem
mais nada a perder.
Líderes mundiais – com exceção do Brasil, Rússia, China e México –, reconhecem a legitimidade de Joe Biden na presidência dos EUA, enviando felicitações e demonstrando que estão confiantes na gestão do democrata e falam em solidificar a parceria. Até mesmo o ditador da Venezuela, o presidente Nicolás Maduro, enviou mensagem a Biden, lhe desejando sorte. Mas o presidente democrata não baixou a guarda e disse que será “duro” nas medidas a serem tomadas contra a Venezuela.
De qualquer forma, os olhos do mundo
continuam voltados para os EUA e a pergunta que não quer calar: Trump vai
deixar a Casa Branca pacificamente? Permitirá que Joe Biden assuma a cadeira
mais poderosa do planeta com sorriso, tapinha nas costas? A Constituição
garante a legitimidade a Joe Biden, mas Trump insiste, e diz que não!
Walther Alvarenga
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