A morte do ator Sidney Poitier, aos 94 anos, foi anunciada por Clint Watson, secretário de imprensa do primeiro-ministro das Bahamas, mas causa e local não foram informados
Morreu nesta sexta-feira o ator Sidney Poitier, aos
94 anos – foi o primeiro negro a vencer o Oscar de Melhor Ator, em 1963 pelo
seu trabalho em "Uma Voz nas Sombras".
Natural de Miami, Poitier deixou um legado de
grandes filmes, incluindo, "Ao Mestre, com Carinho" e "Adivinhe
Quem vem para Jantar", ambos lançados em 1967.
A morte foi anunciada por Clint Watson, secretário
de imprensa do primeiro-ministro das Bahamas, mas causa e local não foram
informados.
Poitier superou um passado pobre nas Bahamas e
suavizou seu forte sotaque da ilha para chegar ao topo de sua profissão em uma
época em que papéis proeminentes para atores negros eram raros.
Muitos de seus filmes mais conhecidos exploraram as
tensões raciais enquanto os americanos lutavam contra as mudanças sociais
provocadas pelo movimento dos direitos civis.
O único negro protagonista da Hollywood dos anos
1960, Sidney Poitier foi submetido a um tremendo escrutínio. Ele era
frequentemente saudado como um símbolo nobre de sua raça e suportou as críticas
de alguns negros que diziam que ele os traíra assumindo papéis higienizados e
servindo aos brancos.
Grande conquista
A grande conquista da carreira ocorreu quando o ator
levou o Oscar por seu trabalho em "Uma Voz nas Sombras", em 1963, ao
interpretar um trabalhador itinerante que ajuda um grupo de freiras brancas a
construir uma capela. "A viagem foi longa para chegar aqui", disse
emocionado ao receber a estatueta.
Os filmes de Poitier lutaram para serem distribuídos
no Sul dos EUA, e sua escolha de papéis se limitou ao que os estúdios dirigidos
por brancos produziriam. Os tabus raciais, por exemplo, o excluíam da maioria
dos papéis românticos.
Mas seus papéis dignos ajudaram o público das
décadas de 1950 e 1960 a imaginar os negros não apenas como servos, mas como
médicos, professores e detetives.
Walther Alvarenga
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