A farsa do brasileiro Ricardo César Guedes, de 49 anos, foi descoberta e ele se declarou culpado por se passar por americano durante 20 anos
Ele se passou por americano
durante 20 anos, utilizando-se dos documentos de William Ericson Ladd –
americano que morreu na década de setenta. Tudo o que desejava era conseguir
emprego de comissário de bordo nos EUA e ter visibilidade.
Conseguiu.
Mas a farsa do brasileiro Ricardo César Guedes, de 49 anos, foi descoberta, e
na quinta-feira se declarou culpado depois de ser processado pela Justiça do
estado do Texas.
Mas conseguiu burlar a justiça
americana para trabalhar como comissário de bordo? O paulistano obteve tudo o que
desejava fazendo se passar por William Ericson: documentos, emprego,
empréstimo, uma casa, um carro BMW e um certificado de casamento.
No depoimento ao juiz,
acompanhado pela defensora pública, Victoria Gilcrease, o brasileiro relatou
que entrou nos EUA com visto de turista, e que decidiu ficar no país para
tentar o sonho de trabalhar como comissário de bordo.
Tinha
desistido do Brasil, após ter sido rejeitado pelas companhias aéreas
brasileiras que alegavam que ele estava velho e que não tinha uma estética
física adequada.
Ricardo ficou mais tempo do
que a autorização permitia nos EUA quando começou a trabalhar em uma pizzaria.
E foi nesse local que um supervisor lhe ofereceu ajuda com os documentos. A
partir daí, começou a usar os documentos de William Ericson Ladd.
As portas se abriram para
Ricardo, e ele foi trabalhar como comissário de bordo nos EUA, levando uma vida
como americano. Disse à Justiça que sente muito pelo crime que cometeu, pois
estava ciente do seu erro com a falsa identidade.
O juiz afirmou que acredita em
Guedes, que teria mostrado um verdadeiro arrependimento. “Um bom homem que
basicamente cometeu um erro muito trágico para perseguir seu sonho”, descreveu
o magistrado George Hanks Jr.
Segundo o jornal “Houston Chronicle”, do Texas,
Ricardo César – filho único de uma família pobre em São Paulo –, depois de
cumprir prisão será deportado. Ele sofreu de depressão e de transtorno
bipolar por se sentir alienado como um jovem gay nos anos 1980.
Empenhou-se
em aprender línguas, e fala inglês, espanhol, alemão, holandês e árabe.
Walther
Alvarenga
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