Autoridades de imigração alertam sobre a fraude através do uso da inteligência artificial, que vem extorquindo famílias de imigrantes. Fotos e falsos sequestros

Um clima de insegurança entre familiares de imigrantes na fronteira sul do Arizona, desperta a atenção das autoridades de imigração. Através do uso da inteligência artificial – vídeos e fotos falsas – essas famílias estão sendo vítimas de extorsão arquitetada pelos coiotes, para pedir dinheiro em troca de informações dos entes queridos supostamente desaparecidos. Uma dinâmica sem precedentes, que preocupa parentes de imigrantes e ativistas.

Especialistas em segurança informática recomendam revisar o conteúdo e entrar em contato com as autoridades de imigração para evitar a fraude. Supostas informações alegam que parentes que saíram de casa rumo a fronteira dos EUA, estão em extremo perigo. 

Fala-se, inclusive, que muitos se tornaram vítimas de armadilhas e desapareceram no deserto.  

Desesperados com a incerteza do paradeiro de parentes, famílias desembolsam quantias em dinheiro, mesmo sem condições, em busca de informações. Oscar Andrade, diretor do grupo humanitário “Capellanes del Desierto”, explicou que eles – os familiares –, estão sendo extorquidos e que tudo não passa de uma “armação para pressioná-los.”

São imagens falsas, que conseguem mostrar parentes sendo ameaçados por bandidos no deserto, deixando as famílias atônitas. Em uma das montagens,  uma faca é mostrada no pescoço de um imigrante no deserto, enquanto ele segura uma placa pedindo ajuda à família. As imagens fazem parte de muitas que recebidas na última semana.

A maioria são fotografias, segundo Oscar Andrade, que procura tirar proveito da fragilidade das famílias das supostas vítimas, é cada vez mais realista graças às aplicações de inteligência artificial. 

“Agora o que eles estão fazendo é enviar vídeos onde o rosto da pessoa tem movimento, mas esses vídeos não têm som, não têm voz”, acrescenta Andrade.

No último mês, o grupo de resgate “Capellanes del Desierto” recebeu nove relatos de extorsões na fronteira com o Arizona, e dizem que a maioria se deve ao fato de os coiotes pedirem aos imigrantes informações como nome, nacionalidade e contatos das suas famílias. Eles, a partir daí, só precisam de uma foto para iniciar as extorsões.

Walther Alvarenga



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