Rosa Maria Murtinho e jovem elenco compõem novela da Globo 
Mundo de reis, espadas e cavaleiros agrada. Passo acertado da Globo.

Se a intenção da direção do núcleo Novelas da Rede Globo foi impressionar, ou seja, evidenciar o predomínio da emissora no universo da teledramaturgia, conseguiu. A novela que estreou esta semana no Brasil e no exterior – através da Globo Internacional -, Deus Salve o Rei, assinada por Daniel Adjafre, com direção de Fabrício Mamberti, priva pela qualidade e o bom gosto, pontuada por castelos, cavaleiros, espadas e personagens relevantes. 
Caio Blat como cavaleiro em Deus Salve o Rei
Deus Salve o Rei abre a caixa de pandora da era Medieval, enchendo os olhos do telespectador com cenário de fundo encantador – montanhas, penhascos e combates –, além da fotografia coesa – diria perfeita –, engajada na maestria da trama, que conduz ao mundo enigmático de reis e austeridade. Época em que o sangue na lâmina de uma espada representava o poder do forte sobrepondo ao declínio do fraco.  
Marina Ruy Barbosa surpreende como Amália
Há um conjunto de situações envolventes – o tempero básico saboreado no conta gotas dos capítulos –, tendo o complemento de uma trilha sonora adequada ao tempo histórico.Os figurinos apresentam riqueza nos detalhes, valorizando a luxuosidade dos soberanos e enaltecendo a vestimenta de súditos. E mesmo na simplicidade de moradias, existe beleza.

Tudo acontece no reino fictício de Montemor, na Idade Média, com os quesitos necessários para uma boa narrativa – a sequencia dos fatos ainda vem sendo definida –, incluindo a dosagem de ciúmes, de paixão, de traição e de poder, todos juntos, no quadrilátero da comoção.
Bruna Marquezine é a princesa Catarina, com sotaque carregado.
A Globo mudou de estratégia, buscou um foco diferenciado em Deus Salve o Rei, livrando-se do ponto comum, apostando na realeza e no embate de cavalos e cavaleiros, e se deu bem. Acertou o alvo.

Quanto às personagens, nem é preciso dizer que a veterana atriz Rosamaria Murtinho, a rainha de Montemor, está esplêndida. O mesmo pode-se dizer de Marco Nanini, o rei de Artena.
A era Medieval é cenário de fundo da novela
Marina Ruy Barbosa, a  Amália, busca no âmago de si mesma a melhor performance, e até consegue. Há ternura em sua personagem e isso, evidente, é o grande trunfo do aprendiz.

Beleza não falta à Bruna Marquezine, a princesa Catarina, entretanto, o seu sotaque carioca, exageradamente acentuando, incomoda. E mesmo com parafernália de sua personagem, ainda é impossível desassociar a personagem da atriz. A sensação é que Bruna está pronta para desfilar em uma escola de samba na Marques de Sapucaí, no Rio.
O amor na conduta e no poder da espada
Mas Bruna Marquezine é um caso à parte diante da grandeza da produção da novela. Um elenco jovem, talentoso, compõe o universo de Deus Salve o Rei que dá os seus primeiros passos, com forte promessa de entrar para o hall das histórias revolucionárias.

Justiça seja feita, a ousadia da Rede Record ao produzir Os Dez Mandamentos, abriu precedentes para novos horizontes na teledramaturgia. A Globo, claro, buscou uma fatia desse mercado vantajoso, usou o seu poder e conhecimento se deu bem. Pelo menos nos primeiro capítulos, Deus Salve o Rei contagia.

 Walther Alvarenga    

  


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