Por que o mundo ignora a dor e dificuldade do povo da Somália? |
Descaso da imprensa na Europa com tragédia em Mogadíscio,
revolta.
Por que o mundo ignora a maior explosão da história da
Somália, que matou cerca de 300 pessoas e feriu mais de 200 civis? Mulheres e
crianças foram dizimadas na catástrofe, tendo os seus corpos mutilados e
queimados, diante de um espetáculo de horror. E o que causa estranheza é a
impassividade da imprensa na Europa, e no resto do mundo.
A barbárie parece não incomodar a supremacia egoísta
– me refiro aos colegas jornalistas europeus -, que não têm dado a devida importância
ao que ocorreu na Capital Mogadíscio, veiculando notas no rodapé de páginas em
jornais ou quase nenhuma informação nas redes sociais.
Explosão desintegrou corpos e mutilou pessoas na Somália |
É o descaso desatinado com os pobres e negros
cidadãos da Somália. Caso, por exemplo, o
evento tivesse acontecido na França, no Reino Unido ou mesmo nos EUA, seria
manchete de primeira página. Analistas políticos e estudiosos em terrorismo
estariam nesse momento discutindo os parâmetros da desgraça.
Algumas dessas mesas redondas, que tentam levantar
questões infundadas, que teorizam o sexo dos anjos – pode-se assim dizer -,
chegam a ser abomináveis, e não há consenso algum. Mortes, explosões e atentados
prosseguem desordenados.
A dor dos que perderam familiares na explosão na Capital |
Em se tratando de somalianos – insignificantes aos
olhos do mundo -, o assunto passa quase que despercebido. É a calamidade sem
voz, sem rosto ou respeito, pois não há
entre os mortos algo, ou alguém, que preencha os requisitos da pífia lista de
seres privilegiados.
O bracinho de um bebê foi encontrado em meio à
montanha de restos humanos, vítimas da explosão no centro da capital da
Somália, mas o que isso interessa?
A solidariedade dos moradores em meio ao caos |
Para os desprezíveis “formadores de opinião”, é mais
conveniente falar da senhora de olhos azuis que levou uma mordida no traseiro,
nos arredores da Torre Eiffel, em Paris – nada contra raça ou nacionalidade. Os
quase 300 mortos em Mogadíscio não é tão significativo, imagine.
Na era da mecanização o abraço é questionável; a
cortesia traduz decrepitude e não temos
que reconhecer o outro. Há uma inversão de valores, somos uma ameaça a nós
mesmos!
Walther Alvarenga
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