O torcedor brasileiro “enfiou” na cabeça que Neymar é
o melhor do mundo
O Brasil necessita de ídolos para suas aspirações no futebol. Insiste
em endeusar gênios – a genialidade às vezes é o outro –, justificar o
engrandecimento de quem se torna pequeno nos momentos de estratégias e decisões.
O que temos pra hoje? Neymar? O país tupiniquim aposta nele, o elegeu o melhor
do mundo, entretanto, algumas escolhas nos decepcionam.
Nada contra o menino
pobre que hoje é considerado o jogador mais caro do futebol, no entanto, os
exageros dos brasileiros às vezes são preocupantes. Apostar em craques é antes dar
um espiadinha no passado – por alguns segundos – para entender quem são, de
verdade, ídolos do futebol.
Mas o torcedor “enfiou” na cabeça que o Neymar é o
melhor, repetindo o que a mídia expressa e massifica, evidente, protegendo
os seus contratos milionários com grandes empresas onde o atacante é garoto
propaganda. Alguém pode se tornar o melhor, eleito pela conveniência –
interesses escusos.
Philippe Coutinho deveria estar com a Camisa 10 da Seleção |
Com isso, deixamos de prestar atenção no que brilha
realmente em campo, como foi o caso do Paulinho, que tirou o Brasil do sufoco
ao marcar o seu primeiro gol em Copa do Mundo, frente à Sérvia.
As pessoas – de modo
geral – são pouco observadoras, sugiro até que revejam esse gol do Paulinho para
avaliar melhor o comportamento dos seus colegas em campo, até mesmo do Neymar, no
momento em que o Paulinho marcou.
Paulinho marcou, mas os colegas não gostaram. |
Houve rápida troca de olhares, e, na linguagem
das expressões, dizia o seguinte: “Como? Por que ele? Ele não é a estrela da
Seleção.”
Veja que o Neymar pula, abraça o Paulinho, mas o seu olhar o trai. Muito claro isso, como que dizendo: “Ele foi preciso, mas nunca será melhor que eu. Sou o melhor do mundo”.
Veja que o Neymar pula, abraça o Paulinho, mas o seu olhar o trai. Muito claro isso, como que dizendo: “Ele foi preciso, mas nunca será melhor que eu. Sou o melhor do mundo”.
O grande trunfo do ser humano é observar. Entender
alguns gestos e olhares que substituem palavras. Todos, indistintamente, são
capazes desta façanha, porém, quando há valores pré-estabelecidos, naquela
corrente do consciente coletivo, perdem-se informações preciosas. A verdade se
dilui.
Inclusive, na véspera do jogo contra a Sérvia, durante coletiva com o
técnico Tite, a imprensa questionava a permanência do Paulinho na escalação principal
da Seleção Brasileira. Os “entendidos” de futebol mostravam-se de certa forma
indignados, mas a resposta veio no dia seguinte, como um soco com luva de
pelica.
Neymar não é o melhor do mundo, não se iguala a ídolos como Ronaldinho,
Pelé e tantos outros. Nem se compara com Cristiano Ronaldo ou Messi, que, na
verdade, são sim os melhores jogadores da atualidade.
O meu comentário não é do
anti-brasileiro, do torce contra o Brasil, pelo contrário, sou brasileiro e amo
o meu país, mas trata-se de observação consciente, repito, Neymar não é
o salvador da pátria. Não é o melhor jogador da Seleção Brasileira – longe disso
–e quem está à espera de um milagre, que se prepare.
Entretanto, o Neymar é o
que temos pra hoje. O único prato do dia que milhões de brasileiros o elegem
como o melhor, o craque da Seleção e tantos adjetivos mais. Só me resta dizer
que, o grande jogador do momento, sem dúvida alguma chama-se Philippe Coutinho.
Ele sim quem deveria estar vestindo a Camisa 10 da Seleção Brasileira. Neymar é
mera conveniência!
Walther Alvarenga
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