Liderança e ação e a missão de um novo líder da Comunidade |
Tenho acompanhado
ao longo dos anos as questões imigratórias envolvendo os brasileiros residentes
nos EUA. Os desafios diários, principalmente para os que ainda continuam na
fila de espera pela legalização no país, tem resultado em incerteza.
A
comunidade no momento está relegada ao ostracismo de uma realidade sem
perspectivas, seguindo como pode, sem contar com representante de pulso forte para
alertar as autoridades brasileiras e obter o apoio de congressistas americanos –
por que não?
É necessário
o voto de misericórdia, da palavra consistente e do árduo trabalho, o que
requer empenho e menos exposição nas redes sociais, ostentado autoridades, sem
resultados práticos. Isso traduz o chamado “contato de superficialidade”. Ou
seja, conheço meio mundo, mas não resolvo o que é primordial.
Onde está
o verdadeiro líder que a Comunidade Brasileira nos EUA tanto precisa? Basta de
conluio, usando os emigrantes como escudo de interesse próprio. Assim não vale!
Você,
leitor do BLOG deve estar se perguntando do que precisa realmente a nossa Comunidade
vivendo em reduto americano? Explico:
O índice
de brasileiros sem documentos nos EUA é preocupante. Todos trabalham, levam os
filhos nas escolas, dirigem pelas rodovias do país, mas estão na corda bamba.
O que
isso significa? O status de “ilegalidade” traduz a iminente abordagem do ICE –
polícia de imigração – que pode resultar em prisão e até mesmo deportação.
A maioria
dos brasileiros a que me refiro dirige com carteira de motorista adulterada. Outros
fazem manobras inimagináveis para tentar escapar da polícia. Uma realidade de
angústia e limitações.
Tem
brasileiro, infelizmente, quando pego pela Imigração e levado à Corte, recebe
sentença do juiz para deixar o país, mas não o faz. Muda de endereço e continua
nos EUA até que, quando parado numa blitz, seu nome constará na lista de “procurados”.
E mais: o
brasileiro quando morre nos EUA a família no Brasil entra em desespero. O Itamaraty
não dispõe de verbas para ajudar ou mesmo custear o traslado. Vira novela
mexicana porque é um corre-corre e, no final, quem coloca as mãos no bolso são
os próprios emigrantes – evidente.
Não faço aqui
apologia para encontrar o cidadão resolve tudo – do super-herói transvestido
com a bandeira brasileira –, que irá sanar todos os problemas da Comunidade.
Longe disso!
Através
dos meios de comunicação e muito mais fácil programar reuniões, passar informações
e atuar a Comunidade de forma precisa. Em alguns casos, claro, a presença
física é necessária.
Conselho
que não vingou
Em 2013 – através do Decreto 7.987, de 17 de abril de 2013 –, foi criado o CRBE
- Conselho de Representantes de Brasileiros no Exterior –, para atuar na causa
da comunidade no mundo, entretanto, acabou não vingando.
O que se viu foi uma guerra de egos por parte de
alguns dos brasileiros votados e imbuídos na importante missão, e a causa se
diluiu, o que foi um desastre! Aquela velha frase: “muito cacique para poucos
índios”. Talvez tivessem confundido trabalho humanitário com cargo.
Melhor virar essa página. O momento é propício e
requer urgência para a escolha de novo líder adequado à causa.
E nem é preciso que tenha títulos, mas
que exiba perfil de interessa à proposta em questão. Pode ser house cleaning, um trabalhador da construção civil, não importa. A
preferência é que tenha liderança, arregace as mangas e faça a sua parte.
Walther Alvarenga
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