Aeronave chega ao Brasil na madrugada de sábado

Indigna a postura passiva do Ministério das Relações Exteriores

Na madrugada do último sábado – 25 de janeiro –, um avião com 70 brasileiros deportados dos EUA tocou o solo do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, fretado pelo governo americano – vindo da cidade de El Paso, no Texas.

 O mais insultante para todos nós, brasileiros, é que os nossos compatriotas viajaram algemados. E o que indigna é a postura omissa do governo brasileiro – Ministério das Relações Exteriores.

Os 70 “inadmitidos”, como denomina o governo americano, foram tratados como uma espécie de “usurpadores da soberania dos EUA”, e, todos, indistintamente pagaram preço alto em demasia por um sonho que transformou reputação em frangalhos.

Não defendo aqui a forma errática de entrar no país dos outros, infringindo leis, falsificando documentos ou algo assim, mas o direito e a dignidade do cidadão devem ser respeitados – preservados. Uma viagem de quase 11 horas, algemado, é desrespeitoso – condição subumana.

A Constituição Brasileira de 1988, em seu artigo  inciso III, traz como um dos fundamentos da nossa República, a dignidade da pessoa humana.

O Ministério das Relações Exteriores deveria prezar por isso – defender os brasileiros não permitindo tal procedimento.

Você deve estar dizendo: ‘Mas estavam ilegalmente nos EUA’. Ou então, ‘São leis americanas...’ Mas o destino final é o Brasil – a aeronave sobrevoou espaço aéreo brasileiro e os 70 brasileiros expulsos dos EUA não deveriam portar algemas.

O avião não transportava terrorista – fugitivos de Alcatraz – , mas um grupo de pessoas do bem – com endereço e identidade no Brasil – que almejou futuro melhor, buscando pela oportunidade não encontrada no Brasil. O livre arbítrio é direito de todo cidadão!

Lamentável que pela segunda vez – o primeiro voo fretado com deportados dos EUA aconteceu em outubro de 2019 –, o episódio se repete, quando o Brasil escancarou as portas para americanos entrarem no país, sem a necessidade de visto.

Walther Alvarenga


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