Pelé nunca quis conhecer a filha, Sandra Regina Machado Felinto. Ela travou uma batalha judicial que a levou a um câncer de mama, e morreu no hospital, sem nunca ter visto o rosto do pai. O soberano do gramado, que completa 80 anos, deixa uma ruptura na sua heroica biografia


Que Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, é um dos maiores craques de futebol do mundo, isso é fato. Vestindo a lendária camisa 10 do Santos FC, ele marcou exatos 1.091 gols e de todas as maneiras. A genialidade em campo encantou o mundo e seu nome figurou entre os mestres da bola, com jogadas incríveis! 

E há exatos 61 anos, no domingo do dia 2 de agosto de 1959, foi escolhido como o Rei do Futebol, realizando um gol magnífico,  considerado pela crítica como o mais bonito de sua brilhante carreira.

 Que Maradona, que nada! Pelé é o melhor jogador de todos os tempos e, nesta sexta, dia 23 de outubro, completa 80 anos de idade. Jornais do planeta Terra reverenciam o ídolo brasileiro. As televisões do mundo reprisam os gols de Pelé, exibindo-os como trunfo de uma trajetória digna de um soberano do gramado.

Mas nem tudo que reluz é ouro, ouvi isso muitas vezes. E até mesmo um homem que é cortejado, chamado de rei, deixa sequelas – pequena ruptura  em sua biografia. Por que estou dizendo isso?   


 


Sandra Regina Machado Felinto (lembra dela?), passou por caminhos estreitos, sofreu humilhação - travou uma batalha judicial interminável para provar que o Sr. Edson Arantes do Nascimento era o seu pai. Pelé nunca quis conhecer a filha! 

Lutou com garra, enfrentando a tudo e a todos, deixando evidente que não lhe interessava dinheiro – desejava o abraço do homem poderoso da mídia, e ter o direito de chama-lo de pai. 

Essa moça comeu o pão que o diabo amassou, pedindo ajuda da mídia – era uma forma de chamar atenção de Pelé, que a ignorava veemente. Esquivava-se quando o indagava sobre a filha, Sandra. 

Impossível negar a paternidade porque Sandra tinha todos os traços do pai – ninguém em sã consciência tinha dúvida disso, no entanto, Pelé a desprezava. A moça simples era proibida de se aproximar do rei. 

O processo começou em 1991, mas o reconhecimento só ocorreu em 1996, depois de 30 anos de espera, após o resultado positivo do exame de DNA. Sandra então pôde acrescentar o sobrenome Arantes do Nascimento. 

Ainda assim, Pelé não quis conhecer a moça – ou melhor, a filha. Ela adoeceu – câncer ser mama – depois de tanta mágoa e decepção. Morreu em maio de 2005, no Hospital da Beneficência Portuguesa, em Santos. 

Pelé não foi visita-la no hospital. Nunca quis! Fraca, quase sem força na voz, Sandra pedia para ver o pai, receber o seu abraço, mas Pelé mais uma vez ignorou o pedido da filha. Permaneceu irredutível, com seu orgulho. Não foi uma única vez no hospital.

Como consolo – achava que era o seu melhor, depois de tanto descaso –, mandou flores para o velório de Sandra, mas as flores de Pelé foram mandadas de volta. Não foram aceitas! 

Talvez remorso tardio, não se sabe, mas Pelé, segundo a reportagem do jornal “O Globo”, anda muito doente. Chega aos 80 anos apoiado em uma bengala, e mal consegue caminhar. 
 

Walther Alvarenga

 

 


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